Participo ativamente de alguns grupos de discussões voltados para a maternidade e nas principais mídias sociais. Quando se trata de vegetarianismo para crianças é recorrente, nos grupos, algumas polêmicas sobre a decisão de como alimentar os filhos numa família em que que a mãe é vegetariana e o pai não, por exemplo. O responsável por alimentar a criança ou combinar com os cuidadores o que a criança comerá, geralmente é a mãe. Mas, na hora de realmente escolher como esta criança será alimentada surge a dúvida e as opiniões se divergem entre educar os hábitos da criança seguindo um regime alimentar vegetariano ou deixá-la provar o que quiser para que opte pelo regime alimentar quando tiver consciência e puder decidir.
Aqui em casa eu e meus filhos somos ovovegetarianos, seguindo para o vegetarianismo estrito. Meu esposo é onívoro, mas deseja ter uma dieta mais saudável. Optamos pelo regime alimentar vegetariano para as crianças.
A seguir apresento 4 bons motivos para educar crianças no regime alimentar vegetariano:
1. Deus nos criou vegetarianos. Logo, acreditamos ser este o melhor regime alimentar que o ser humano poderia adotar. Adotar o regime alimentar que Ele escolheu para nós é uma forma de mostrar nossa adoração a Ele;
Disse Deus: “Eis que lhes dou todas as plantas que nascem em toda a terra e produzem sementes, e todas as árvores que dão frutos com sementes. Elas servirão de alimento para vocês” Gênesis 1:29, NVI.
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“É impossível podermos apresentar a Deus nosso corpo como sacrifício vivo, quando o aviltamos de contínuo com corrupção e enfermidade em virtude de nossa pecaminosa condescendência. Deve-se buscar mais conhecimento com respeito à maneira de comer, beber e vestir-se, assim como de preservar a saúde. As enfermidades são o resultado da violação das leis naturais. Nosso primeiro dever que temos para com Deus, para com nós mesmos e para com o nosso semelhante, é obedecer às leis de Deus. Isso inclui as leis da saúde.” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 24-25.
2. A dieta vegetariana planejada é saudável e adequada para crianças. Aliás, no nosso entender é o regime alimentar mais saudável e completo. E, como toda mãe gosta de oferecer o melhor para seus filhos, aqui em casa não é diferente;
“Ao passo que se ensinam as crianças a dominarem o apetite, e comerem segundo as leis da saúde, convém fazê-las compreender que se estão privando apenas daquilo que lhes seria prejudicial. Rejeitam coisas nocivas por outras melhores. Que a mesa seja convidativa e atraente, sendo provida das boas coisas que Deus tão generosamente nos proporcionou. Seja a hora da refeição um tempo alegre e feliz. E ao desfrutarmos os dons que nos são concedidos, retribuamos com gratos louvores ao Doador.” A Ciência do Bom Viver, p. 385.
A American Dietetic Association (ADA) e Dietitians of Canada consideram que “dietas veganas e ovolactovegetarianas bem planejadas são adequadas a todos os estágios do ciclo vital, inclusive durante a gravidez e a lactação. Dietas veganas e ovolactovegetarianas adequadamente planejadas satisfazem as necessidades nutricionais de bebês, crianças e adolescentes e promovem o crescimento normal” ADA, 2003.
O vegetarianismo também é incentivado pela American Heart Association (AHA), Food and Drug Administration (FDA), College of Family and Consumer Sciences (Universidade da Georgia) e já que estamos falando em pediatria, Kids Health (Nemours Foundation).
A American Dietetic Association e Dietitians of Canada são enfáticas em afirmar que os profissionais da área de nutrição têm o dever de apoiar e encorajar os que demonstram interesse em seguir uma dieta vegetariana.
Os alimentos utilizados para a obtenção dos nutrientes numa dieta vegana são muito mais diversificados do que os utilizados por onívoros (Christel e col, 2005). Isso demonstra que a dieta vegana (estrita) não é restrita.
Fonte: Alimentação sem Carne
3. A dieta vegetariana previne doenças e, aliada aos demais remédios naturais, provê também a cura.
As dietas vegetarianas trazem vários benefícios nutricionais, como baixo nível de gordura saturada, de colesterol e de proteína animal, assim como nível mais elevado de carboidratos, fibras, magnésio, potássio, folato e antioxidantes como as vitaminas C e E e os fitoquímicos. Já se relatou que os vegetarianos têm índice de massa corporal menor que os não vegetarianos, assim como taxa mais baixa de óbito por doença cardíaca isquêmica; os vegetarianos também apresentam nível sanguíneo de colesterol mais baixo, e menor taxa de hipertensão, diabetes tipo 2 e câncer de próstata e cólon.
Fonte: Vegetarianismo
“Muitos têm esperado que Deus os guarde das doenças simplesmente por Lhe haverem pedido que assim o fizesse. Deus, porém, lhes não considera as orações, pois sua fé não fora aperfeiçoada pelas obras. Deus não operará um milagre para proteger das enfermidades aqueles que não têm cuidado de si mesmos, mas estão continuamente a violar as leis da saúde e nenhum esforço fazem para proteger-se da doença. Quando fazemos tudo o que podemos de nossa parte para ter saúde, então podemos esperar que os resultados benéficos se sigam, e podemos pedir a Deus que abençoe os nossos esforços para a preservação da saúde. Ele então responderá à nossa prece, caso o Seu nome possa, por esse meio, ser glorificado. Mas fazei com que todos entendam que têm uma obra a fazer. Deus não operará de maneira miraculosa para preservar a saúde de pessoas que, por sua falta de atenção para com as leis da saúde, estão seguindo um caminho seguro para se tornarem doentes.” Conselhos Sobre Saúde, p. 59.
4. A alimentação dos filhos faz parte do processo educativo;
Ensinando a ter domínio próprio/temperança:
“Muitas vezes ela se encontra à mesa de jantar, nas famílias […] estritamente temperantes. Qualquer coisa que perturbe a digestão, que ocasione uma indevida estimulação mental, ou de qualquer maneira enfraqueça o organismo, alterando o equilíbrio das faculdades mentais e físicas, debilita o domínio do espírito sobre o corpo, e assim propende para a intemperança. A queda de muito jovem promissor pode ser atribuída a apetites extravagantes criados por um regime inadequado.
O chá, o café, os condimentos, os doces, as pastelarias, todos constituem causas ativas de perturbações da digestão. O alimento cárneo também é prejudicial. Seu efeito, por natureza estimulante, deveria ser argumento suficiente contra o seu uso, e o estado doentio quase geral entre os animais torna-o duplamente objetável. Tende a irritar os nervos e despertar as paixões, fazendo assim com que a balança das faculdades penda para o lado das propensões baixas.
É contra o começo do mal que nos devemos guardar. Na instrução da juventude, deve explicar-se bem o efeito dos desvios aparentemente pequenos daquilo que é reto. Ensine-se ao estudante o valor de um regime simples, saudável, para que se evite o desejo de estimulantes antinaturais. Estabeleça-se, cedo na vida, o hábito do domínio próprio. Que se impressionem os jovens com o pensamento de que devem ser senhores e não escravos. Deus os fez governadores do reino que há dentro deles, e devem exercer sua realeza ordenada pelo Céu. Quando é fielmente dada tal instrução, os resultados se estenderão muito além dos próprios jovens. Irradiarão influências que irão salvar milhares de homens e mulheres que se acham nas próprias bordas da ruína.” Educação, p. 203.
Educando o apetite para saborear alimentos simples:
“Aqueles que se acostumam com um regime abundante e estimulante, verão depois de algum tempo que o estômago não se satisfaz com alimentos simples. Exige o que seja mais e mais condimentado, picante e estimulante. Tornando-se os nervos desordenados e enfraquecido o organismo, a vontade parece impotente para resistir ao apetite depravado. O delicado revestimento do estômago fica irritado e inflamado a ponto de deixar de dar satisfação o alimento mais estimulante. Cria-se uma sede que nada poderá acalmar a não ser a bebida forte.” Educação, p. 203.
Como ter um desenvolvimento mental sadio:
“No estudo dos princípios de saúde deve ensinar-se aos alunos o valor nutritivo dos vários alimentos. Cumpre explicar o efeito de um regime concentrado e estimulante, e também de alimentos deficientes nos elementos de nutrição. Chá e café, pão branco, conservas, hortaliças de qualidade inferior, doces, condimentos e pastelarias deixam de suprir a nutrição conveniente. Muito estudante tem fracassado como resultado de usar tais alimentos. Muita criança débil, incapaz de um vigoroso esforço mental ou corporal, é vítima de um regime pobre. Cereais, frutas, nozes e hortaliças, combinados convenientemente, contêm todos os elementos da nutrição; e quando devidamente preparados, constituem o regime que melhor promove tanto a força física, como a mental.
Há necessidade de considerar não somente as propriedades do alimento, mas sua adaptação àquele que o come. Muitas vezes o alimento que pode ser comido livremente por pessoas empenhadas em trabalho físico, deve ser evitado por aquelas cujo trabalho é especialmente mental. Deve-se também dar atenção à conveniente combinação dos alimentos. Poucas variedades devem ser tomadas em cada refeição por aqueles que têm trabalho intelectual ou outros quaisquer de carreiras sedentárias.” Educação, p. 204.
Há muitos outros motivos que possam embasar a decisão por educar os filhos no regime vegetariano. Se quiser compartilhar conosco os seus motivos, que tal deixar um comentário, comentar no Facebook ou no Twitter? Será um prazer trocar experiências.