Antes de me tornar ovo-lacto-vegetariana, a ideia que tinha de alguém que deixava de comer carne era a de uma pessoa abatida, fraca, desnutrida, feia, triste… Porém, ao adotar um novo regime alimentar sem carne, percebi que a maior parte da população tem uma ideia errada do que é ser vegetariano. Pela prática, e pelo conhecimento adquirido, aprendi que os vegetarianos mantém níveis de saúde muito melhores que os onívoros.
Por outro lado, um fator preocupante é que mesmo dentro do grupo de vegetarianos, normalmente formado por pessoas preocupadas com sua saúde, o número de obesos tem aumentado. E obesidade, longe de ser apenas uma preocupação estética, é uma questão de saúde.
Afinal, por que existem vegetarianos obesos? Eles não comem menos que os onívoros?
Para respondermos essas duas perguntas, precisaremos considerar alguns fatores:
1. Quantidade e qualidade da alimentação
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Independente do regime alimentar escolhido (onívoro ou vegetariano), a quantidade e a qualidade do que comemos interfere diretamente em nosso peso corporal.
Um vegetariano pode priorizar por não comer carne ou derivados animais, mas em compensação, desliza em outros aspectos:
- Come muitos doces, produtos refinados, pães, biscoitos, massas, refrigerantes, salgadinhos, frituras… Enfim, consome com frequência e/ou abundância alimentos que não são saudáveis;
- Não tem horário para comer. Com isso, pula refeições e fica petiscando várias vezes por dia. No final, nem se deu conta de quanta comida consumiu;
- Faz questão de comer frutas, verduras, legumes e cereais integrais em abundância. Porém, mesmo se tratando de alimentos saudáveis, acaba comendo demais.
Quando se trata de mudanças em nossa alimentação, precisamos nos conscientizar e procurar manter o equilíbrio, bom-senso e moderação em todos os sentidos. O fato de não consumir carne ou outros produtos de origem animal é um passo importante, que deve ser seguido por uma reorganização de nosso apetite: evitando ou abolindo o consumo de alimentos industrializados, condimentados, doces, frituras, refrigerantes e alimentos refinados; respeitar os horários das refeições, e não fazer lanches entre elas; consumir os alimentos saudáveis com moderação, sem gula ou excessos.
2. Prática de atividade física
A prática de atividade física é outro fator importante a ser considerado.
Pessoas que praticam atividade física tendem a ser mais saudáveis e bem-dispostas que as sedentárias. Além disso, incluir a prática da atividade física na rotina faz com que nosso corpo gaste mais energia, favorecendo o emagrecimento e manutenção de um peso mais baixo.
É importante que a atividade física seja praticada com frequência, ou seja: uma caminhada lá de vez em quando não vai trazer benefício algum.
Você pode escolher como sua rotina de exercício uma atividade física que lhe de prazer: caminhar, correr, nadar, pedalar, jogar tênis, futebol, vôlei, pular corda… O importante é mexer o corpo de alguma forma!
Lembre que antes de começar uma atividade física, é importante procurar um médico, que poderá indicar a frequência e o ripo de exercício mas adequado à sua condição física.
3. Tendência genética
A tendência genética é um outro aspecto que precisamos levar em consideração.
Cada pessoa possui um biótipo diferente; seus organismos metabolizam a energia recebida dos alimentos de formas diferentes. Há pessoas que, mesmo que façam uma dieta de emagrecimento, não perderão muito peso porque seu biótipo é mais cheinho; outras precisam fazer suplementação porque tendem a perder peso com muita facilidade, colocando sua saúde em risco.
Precisamos respeitar o biótipo que temos e não fazer loucuras em nome de ter um corpo “perfeito” segundo os padrões da sociedade atual.
4. Doenças e tratamentos médicos
A obesidade também pode ser causada ou “sustentada” pela existência de algum problema de saúde. Como assim?
Algumas doenças podem desencadear ganho de peso mesmo que a pessoa cuide de sua alimentação e adote hábitos saudáveis em sua vida. Alterações hormonais e hipotireoidismo são apenas dois exemplos de doenças que podem causar aumento de peso.
Além disso, o uso de alguns medicamentos durante tratamentos médicos pode favorecer o ganho de peso, como é o caso de corticóides, quimioterapia, etc.
Em casos de obesidade, consultar um profissional de saúde é necessário para identificar a causa da obesidade e orientar qual a melhor maneira de tratá-la.
Mas, antes de tudo, é fundamental nos amarmos; e a maior prova de amor que nos damos é a aceitarmos quem e como somos, independente de nossas medidas.
Lembre-se que você foi criado à imagem e semelhança de Deus; não esconda as digitais de Seu Criador na vaidade da magreza. Ser magro nem sempre é sinônimo de saúde e felicidade.
Pense nisso e sucesso!
Por Tatiana Cornieri – Sob Medida