Há algumas semanas participei de um curso de culinária natural cujo tema era “lanches escolares”. Foi-me pedido que falasse um pouco sobre como é possível ensinar às crianças práticas de uma alimentação mais saudável. Gostaria de dividir com vocês um pouquinho do que conversamos com os participantes do curso naquele dia.
Quem é que não gosta de comer coisas que não são saudáveis, como doces e frituras, por exemplo? E qual é o adulto que gosta de comer todo tipo de verdura, grãos, legumes e frutas?
Todos nós temos nossas preferências alimentares. Gostamos mais de algumas coisas do que de outras. As crianças, como os adultos, também têm suas preferências. Algumas costumam gostar dos salgadinhos industrializados, doces, balas, chicletes, sorvetes, chocolates e uma infinidade de alimentos muito pobres em nutrientes, mas altamente atrativos ao paladar.
Podemos dizer que as crianças não comem as coisas porque gostam, mas gostam de determinados alimentos porque os comem. O que quero dizer com isso? Simplesmente que crianças não nascem pedindo chocolates e batatas fritas aos pais. Antes que elas conheçam esses e outros tipos de alimentos, tomam o leite materno como se fosse a coisa mais saborosa do mundo, e ainda choram querendo mais. O gosto por coisas não saudáveis é adquirido posteriormente, por influência da família, dos coleguinhas e da mídia.
Por isso, não adianta chamar a atenção da criança em relação à sua alimentação se a família não dá exemplo. Praticar hábitos saudáveis é a melhor forma de ensiná-los aos pequeninos.
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É preciso estar atento, também, às estratégias da mídia. O que é usado para atrair crianças? Pratos coloridos, bonitos e enfeitados são vistos em propagandas de fast foods. Por que não usar a criatividade em casa, fazendo alimentos atrativos e arrumando pratos bonitos e interessantes para as crianças?
Deixar a criança participar na cozinha, auxiliando no preparo de pratos saudáveis também é uma ideia legal! O contato com o alimento no momento do preparo causa aproximação da criança com aquilo que será servido, podendo gerar maior interesse em experimentar também.
Mas fazer todos os esforços e esquecer de cuidar do sabor não adianta. Então, atenção para esta dica: você não vai conseguir fazer a criança trocar um hambúrguer com batata frita por um prato de alimento saudável se essa comida saudável não for gostosa. O sabor agradável é elemento essencial para garantir o interesse em comer novamente os alimentos, assim como o sabor ruim é capaz de provocar total rejeição.
Por Karyne L. Correia – Mente Saudável